" No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebi que estava lutando pela humanidade." - Chico Mendes


quarta-feira, 16 de março de 2011

' MSTistas ' versus o Agro.



O Agronegócio influencia como todos sabem na concentração de renda, situação pela qual o MST luta contra. O mais difícil de entender é que é o MST que fica com uma imagem negativa frente à sociedade. Essa concentração escandalosa de terras no Brasil é o retrato da nossa herança colonial e escravista. O que me espanta é que mesmo sendo provado com estudos que a pequena propriedade emprega e produz muito mais que o latifúndio para o país o governo não realiza tal reforma. É aí que vemos como a questão política, eu chego a dizer ‘ os interesses burgueses ’, prevalecem.



O avanço do agronegócio está tão desenfreado que já ‘ esbarra a barriga ‘ na fronteira da Amazônia. E ninguém se meche! Em uma de minhas leituras adorei a opinião de uma antropóloga chamada Iara Pietricovsky de Oliveira, mestre em Ciência Política, pela UnB, e membro do Inesc brasileiro, a qual dizia: “Se há uma saída sustentável e que impacta menos o Planeta frente às mudanças radicais que estamos enfrentando do ponto de vista ambiental, essa saída é a agricultura familiar. Nesse sentido, o agronegócio é conservador, predatório, não resolvendo o problema da fome, porque virou commoditie, ou seja, produto de aposta em mercado futuro; em suma, é um dos elementos que está gerando a crise dos alimentos no mundo.”


Hoje vem ocorrendo o "sumiço" de propriedades menores de 10 hectares, o que era agricultura familiar, fato que evidencia a continuidade do processo de concentração que vem desde a década de 1980. Nesse contexto de fortalecimento do agronegócio, a soja chegou a um aumento de 88% na produção e 69% na área colhida nos últimos dez anos segundo o IBGE. Isso representa uma expansão de 6,4 milhões de hectares. Esta concentração que o MST combate está ligada também à entrada do capital estrangeiro no país e agora mais que nunca com a expansão dos agrocombustíveis. Contradição? Sim. Por um lado se ajuda o meio ambiente, por outro com a expansão da soja, eucalipto, etc., o destrói.


Percebemos então que a história não muda muito: o que se faz é simplesmente afetar com maior intensidade o grupo menos privilegiado, ou melhor, com uma voz monetária menor.


Até breve.

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