Quando decidiu deixar suas lavouras em Mato Grosso para tentar a sorte nas terras do Acre, o pecuarista Adálio Cordeiro embarcou numa verdadeira aventura. Assim como tantos outros que se propuseram a desbravar aquela região, ao chegar naquelas bandas, ele não encontrou estradas, infraestrutura ou luz elétrica, apenas uma densa e desafiadora floresta. Na base do facão foi abrindo áreas até fazer nascer ali sua fazenda Recreio, hoje uma produtiva propriedade de 800 hectares, onde mantém um rebanho de dez mil cabeças de gado nelore. O que Cordeiro não podia imaginar é que, depois dessa verdadeira epopeia, seu grande desafio, na verdade, se daria nos dias de hoje, 40 anos depois de sua chegada ao Acre: provar que é possível expandir a pecuária da região sem prejudicar o meio ambiente. Cordeiro faz parte de um grupo de criadores que estão aderindo a um novo sistema de produção mais sustentável, que envolve o uso de uma série de tecnologias para que as áreas sejam mais produtivas e possam receber uma quantidade maior de animais. Um modelo que pode dar início a um novo momento para a pecuária do Estado, que no passado foi o estopim de grandes conflitos entre criadores e seringueiros, e que agora pode se tornar uma grande aliada na preservação da floresta. “Quando cheguei ao Acre era considerado um herói. Hoje, quando digo que crio gado na região amazônica, parece que sou um bandido. Temos que mostrar que a atividade pode viver harmoniosamente com a floresta”, afirma o produtor. Uma visão que pode ser embasada pelos números. De acordo com dados do Instituto de Defesa Agropecuária Florestal do Acre (Idaf), a taxa anual de desmatamento do Estado, que em 2003 era de 0,66%, despencou para 0,11% no último ano. Para se ter ideia, a taxa média de desmatamento de toda a região amazônica é de 0,23% ao ano. Nesse mesmo período, o rebanho acriano vem cresceu a uma taxa de 12% ao ano e o número de cabeças mais que dobrou, passando de 1,033 milhão para 2,3 milhões, segundo o último levantamento do IBGE. Ou seja, com tecnologia os produtores conseguem criar mais animais em menos áreas, tanto que, enquanto a média brasileira de lotação é de uma cabeça de gado por hectare, no Acre a média é de 2,2 animais.
Achei essa reportagem muito interessante e resolvi postar para vocês.Espero que gostem!É possível práticar agronegócio com sustetábilidade!
FONTE:
http://www.terra.com.br/revistadinheirorural/edicoes/71/artigo186528-1.htm
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